domingo, 30 de março de 2014

EXERCÍCIOS DE RECUPERAÇÃO PARA 2º ANO C/D/E

Exercícios de língua portuguesa - 2ºC/D/E

01. (UFG-GO)  Leia o texto de Paul Horowitz, físico da Universidade de Harvard.

Existe vida inteligente fora da terra? “No Universo? Garantido. Na nossa galáxia? Extremamente provável. Por que não encontramos aliens ainda? Talvez nossos equipamentos não tenham sensibilidade suficiente. Ou não sintonizamos o sinal de rádio correto”.
SUPERINTERESSANTE. São Paulo:
Editora Abril, n. 224, mar. 2006, p. 42.

Tendo em vista os argumentos utilizados por Paul Horowitz, pode-se inferir que ele:

(A) garante a existência de aliens apoiando-se em comprovações científicas.
(B) prova que nosso encontro com extraterrestre é apenas uma questão de tempo.
(C) revela suas idéias em uma escala que varia em diferentes graus de certeza. 
(D) sustenta seu ponto de vista com base em resultados verificados por equipamentos adequados.
E) reconhece a existência de vida alienígena em nossa galáxia.

02. (UFMG-MG)

O mercado é como Deus: invisível, onipotente, onisciente e, agora, como fim do bloco soviético, onipresente. Dele depende nossa salvação. Damos mais ouvidos aos profetas do mercado – os indicadores financeiros – que à palavra das Escrituras.
Idolatrias à parte, o mercado é seletivo. Não é uma feira livre, cujos produtos carecem de controle de qualidade e garantia. É como shopping center, onde só entra quem tem (ou aparenta ter) poder aquisitivo.
BETTO, Frei. Estado de Minas, Belo Horizonte,
8 jun. 2006. Caderno Cultura, p. 10.
(Trecho - Texto adaptado)

Idolatrias à parte, o mercado é seletivo.” (linha 25)

É CORRETO afirmar que a expressão destacada, nessa frase, é usada para:

A) anunciar que a idolatria será abordada depois.
B) criticar a postura dos profetas do mercado.
C) desvincular o mercado da idéia de crença religiosa.
D) mudar o foco argumentativo do texto.

(FGV-SP) Texto para questão 03

Os tiranos e os autocratas sempre compreenderam que a capacidade de ler, o conhecimento, os livros e os jornais são potencialmente perigosos. Podem insuflar idéias independentes e até rebeldes nas cabeças de seus súditos. O governador real britânico da colônia de Virgínia escreveu em 1671:
Graças a Deus não há escolas, nem imprensa livre; e espero que não [as] tenhamos nestes [próximos] cem anos; pois o conhecimento introduziu no mundo a desobediência, a heresia e as seitas, e a imprensa divulgou-as e publicou os libelos contra os melhores governos. Que Deus nos guarde de ambos!
Mas os colonizadores norte-americanos, compreendendo em que consiste a liberdade, não pensavam assim.
Em seus primeiros anos, os Estados Unidos se vangloriavam de ter um dos índices mais elevados - talvez o mais elevado - de cidadãos alfabetizados no mundo.
Atualmente, os Estados Unidos não são o líder mundial em alfabetização. Muitos dos que são alfabetizados não conseguem ler, nem compreender material muito simples - muito menos um livro da sexta série, um manual de instruções, um horário de ônibus, o documento de uma hipoteca ou um programa eleitoral.
As rodas dentadas da pobreza, ignorância, falta de esperança e baixa auto-estima se engrenam para criar um tipo de máquina do fracasso perpétuo que esmigalha os sonhos de geração a geração. Nós todos pagamos o preço de mantê-la funcionando. O analfabetismo é a sua cavilha.
Ainda que endureçamos os nossos corações diante da vergonha e da desgraça experimentadas pelas vítimas, o ônus do analfabetismo é muito alto para todos os demais - o custo de despesas médicas e hospitalização, o custo de crimes e prisões, o custo de programas de educação especial, o custo da produtividade perdida e de inteligências potencialmente brilhantes que poderiam ajudar a solucionar os dilemas que nos perseguem.
Frederick Douglass ensinou que a alfabetização é o caminho da escravidão para a liberdade. Há muitos tipos de escravidão e muitos tipos de liberdade. Mas saber ler ainda é o caminho.
  (Carl Sagan, O caminho para a liberdade.
 Em "O mundo assombrado pelos demônios:
 a ciência vista como uma vela no escuro". Adaptado)

03. É correto afirmar que Carl Sagan faz citação das idéias de um governador real britânico para:

a) corroborar as idéias que defende no desenvolvimento do texto.
b) ilustrar a tese com a qual inicia o texto e à qual se contrapõe na seqüência.
c) comprovar a importância da colonização inglesa para o desenvolvimento americano.
d) desmistificar a idéia de que liberdade de imprensa pode trazer liberdade de idéias, como defende na conclusão.
e) ironizar idéias ultrapassadas, mostrando, no desenvolvimento do texto, o descrédito de que gozaram em todos os tempos.


(UFV-MG) O fragmento abaixo foi selecionado do texto “Mulheres no cárcere e a terapia do aplauso”, de Bárbara Santos. Leia-o para responder às questões 04, 05 e 06.

Mulheres no cárcere e a terapia do aplauso
(por Bárbara Santos)
     Elas estão no cárcere. O cárcere não está preparado para elas. Idealizado para o macho, o cárcere não leva em consideração as especificidades da fêmea. Faltam absorventes. Não existem creches. Excluem-se afetividades. Celas apertadas para mulheres que convivem com a superposição de TPMs, ansiedades, alegrias e depressões. 
     A distância da família e a falta de recursos fazem com que mulheres fiquem sem ver suas crianças. Crianças privadas do direito fundamental de estar com suas mães. Crianças que perdem o contato com as mães para não crescerem no cárcere. 
     Uma presa, em Garanhuns, Pernambuco, luta para recuperar a guarda de sua criança, que foi encaminhada para adoção por ela não ter familiares próximos. Uma criança com cerca de 2 anos de idade, em Teresina, Piauí, nasceu e vive no cárcere, não fala e pouco sorri, a mãe tem pavor de perdê-la para a adoção, sua família é de Minas Gerais. 
     Essas mulheres são vítimas do machismo, da necessidade econômica e do desejo de consumir. São flagradas nas portas dos presídios com drogas para os companheiros; são seduzidas por traficantes que se especializaram em abordar mulheres chefes de família com dificuldades econômicas; também são vaidosas e, apesar de pobres, querem consumir o que a televisão ordena que é bom. 
     Um tratamento ofensivo as afeta emocionalmente. A tristeza facilmente se transforma em fúria. Muitas escondem de suas crianças que estão presas. Sentem vergonha da condição de presas. Na maioria dos casos, estão convencidas de que são culpadas e que merecem o castigo recebido. Choram, gritam e se comovem. O cárcere é despreparado e pequeno demais para comportar a complexidade das mulheres. 
     Apesar do aumento do número de mulheres presas no Brasil, especialmente nas rotas do tráfico, o sistema penitenciário não se prepara nem para as receber, nem para as ressocializar. Faltam presídios Femininos, assim como capacitação específica para servidores penitenciários que trabalham com mulheres no cárcere. 
     Falta estrutura que considere a maternidade e que garanta os direitos fundamentais das crianças.
     Assim como na sociedade, no cárcere o espaço da mulher ainda é precário. O sistema é masculino na sua concepção e essência. Em cidades como Caicó, Rio Grande do Norte, não existe penitenciária feminina. As mulheres presas são alojadas numa área improvisada dentro da unidade masculina. Em Mossoró, no mesmo Estado, mulheres presas, ainda sem sentença, aguardam julgamento numa área minúscula dentro da cadeia pública masculina. A presença improvisada das mulheres cria problemas legais e acarreta insegurança para servidores penitenciários quanto à garantia da segurança geral e da integridade física das mulheres.
 
(Bárbara Santos é coordenadora nacional do projeto Teatro do Oprimido nas Prisões, desenvolvido pelo Centro de Teatro do Oprimido, em parceria com o Departamento  Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça. www.ctorio.org.br)
(Disponível em: http:// www.carosamigos.terra.com.br. Acesso em: 07 ago. 2006.)

04. Tendo em vista o sentido global do texto, o seu PRINCIPAL objetivo comunicativo é:

a) discutir a precariedade do sistema penitenciário para receber mulheres presas.
b) apontar as especificidades e complexidades da mulher no cárcere.
c) defender o direito das mães presas viverem com suas crianças.
d) apresentar exemplos positivos de presídios para mulheres.
e) identificar os problemas das mulheres no cárcere.

05. Dentre os fatores abaixo, assinale o que NÃO foi mencionado por Bárbara Santos como problema que afeta a mulher no cárcere:

a) A falta de absorventes.
b) A inexistência de creches.
c) A estrutura precária.
d) O excesso de proteção.
e) A convivência com os filhos

06. “[...] querem consumir o que a televisão ordena que é bom.” (§ 4)
Das alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO comprova a assertiva feita pelo autor do texto:

a) A mídia televisiva é considerada hoje uma espécie de quarto poder.
b) A pressão do índice de audiência leva a televisão a impor certos comportamentos à população. 
c) O peso da economia exerce influência sobre padrões específicos de conduta social. 
d) As publicidades televisivas, por exemplo, instigam as pessoas a consumirem produtos e sonhos.
e) A função da mídia televisiva é apenas informar a sociedade dos acontecimentos em geral.

 Nas questões de 07 a 10, identifique as funções de linguagem que se destacam nos textos.


        (O Popular, 23/04/2009)

08. Li, com extrema indignação, a reportagem do POPULAR de terça feira, sobre o mapa da prostituição em Goiás. Os 582 pontos em todo Estado são uma verdadeira declaração de miséria, levando-se em conta a baixa idade das garotas. O pior é que já banalizou-se diante dos nossos olhos, muita gente graúda vê e nada é feito.
No âmbito federal levantamentos foram feitos pelas autoridades e o resultado também é alarmante. [...] Até quando tanta miséria e pobreza condenarão nossas crianças e adolescentes a extremos atos de desespero e imoralidade?
       (O Popular, carta do leitor, 23/04/2009)

09. FAÇA COMO A MALU: MUDE PARA O SABONETE LÍQUIDO LUX GOTAS DE BELEZA.
                                                                                           (Revista Quem)
10) (FUVEST) A catacrese, figura que se observa na frase “Montou o cavalo no burro bravo”, ocorre em:
a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo.
b) Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura.
c) Apressadamente, todos embarcaram no trem.
d) Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.
e) Amanheceu, a luz tem cheiro.

11) (UFPE) Nos enunciados abaixo, a palavra destacada NÃO tem sentido conotativo em:

a) A comissão técnica está dissolvida. Do goleiro ao ponta-esquerda.
b) Indispensável à boa forma, o exercício físico detona músculos e ossos, se mal praticado.
c) O melhor tenista brasileiro perde o jogo, a cabeça e o prestígio em Roland Garros.
d) Sob a mira da Justiça, os sorteios via 0900 engordam o caixa das principais emissoras.
e) Alta nos juros atropela sonhos da classe média.

12) (Fei) Assinalar a alternativa correta, com relação as figuras de linguagem, presentes nos fragmentos a seguir:
I. “Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste.”
II. “A moral legisla para o homem; o direito, para o cidadão.”
III. “A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém, discordavam.”
IV. “Isaac a vinte passos, divisando a vulto de um, pára, ergue a mão em viseira, firma os olhos.”


a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo
e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma

13) No verso “Permitiu parecesse a chama fria.”, encontramos algumas figuras de linguagem. Uma delas é:
a) o eufemismo.
b) o anacoluto.
c) o pleonasmo.
d) a elipse.
e) a anáfora.

14) Identifique as figuras de linguagem marcando:
(1) Metáfora
(2) Metonímia
(3) Catacrese
(4) Comparação
(5) Prosopopéia

a. (  ) Gosto de ouvir Titãs.
b. (  )A doçura do teu olhar é minha vida.
c. (  ) O rio engasgou num barraco.
d. (  ) Usarei no tempero um dente de alho.
e. (  ) Você é venenosa como uma cobra.

15) É o emprego de uma palavra, com base na similaridade, para designar algo que não tem vocábulo próprio, estamos falando de:
a) Catacrese
b) Hipérbole
c) Personificação
d) Metonímia
e) Ambiguidade

16) (UFPB) I."À custa de muitos trabalhos, de muitas fadigas, e sobretudo de muita paciência..."

II."... se se queria que estivesse sério, desatava a rir..."

III."... parece que uma mola oculta o impelia..."

IV."... e isto (...) dava em resultado a mais refinada má-criação que se pode imaginar."

Quanto às figuras de linguagem, há neles, respectivamente,


a) gradação, antítese, comparação e hipérbole.

b) hipérbole, paradoxo, metáfora e gradação.

c) hipérbole, antítese, comparação e paradoxo.

d) gradação, antítese, metáfora e hipérbole.

e) gradação, paradoxo, comparação e hipérbole.

17) (Un. Fe. Uberlândia) Cada frase abaixo possui uma figura de linguagem. Assinale aquela que não está classificada corretamente: 

a) O céu vai se tornando roxo e a cidade aos poucos agoniza. (prosopopéia)
b) "E ele riu frouxamente um riso sem alegria". (pleonasmo)
c) Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora) 
d) "Toda vida se tece de mil mortes." (antítese) 
e) Ele entregou hoje a alma a Deus. (eufemismo). 

18) (Aman) - Há uma evidente onomatopéia em: 
a) "Os dois bois tafulham as munhecas, com cloques sonoros."
b) "E Soronho ri, com estrépito e satisfação."
c) "... um tremembé atapeado de alvas florinhas de bem-casados e de longos botões fusiformes de lírios."
d) "Vam'bora, lerdeza! Tu é bobo o mole; tu é boi?!..."
e) "De éis, Buscapé, e depois Namorado, acabaram." 

19) (Fau - Santos) - Nos versos:
“Bomba atômica que aterra
Pomba atômica da paz
Pomba tonta, bomba atômica...”
A repetição de determinados elementos fônicos é um recurso estilístico denominado:
a) hiperbibasmo
b) sinédoque
c) metonímia
d) aliteração
e) metáfora 

20) (Mackenzie) - "Ó mar salgado, quanto do teu salsão lágrimas de Portugal!" 
Há, nesses versos, uma convergência de recursos expressivos, que se realizam por meio de:
I - metonímia;
II - pleonasmo;
III - apóstrofe;
IV - personificação.

Quanto às especificações anteriores, diz-se que:
a) todas estão corretas.
b) nenhuma está correta.
c) apenas I , II e III estão corretas.
d) apenas III e IV estão corretas.
e) apenas I está incorreta. 


quinta-feira, 27 de março de 2014

CONTEÚDO PARA UNIFICADAS 1º BIMESTRE

LÍNGUA PORTUGUESA

CONTEÚDO PARA UNIFICADAS 
VESPERTINO
8º ANO
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO: SIMPLES E COMPOSTO
LINGUAGEM DENOTATIVA E CONOTATIVA
VOCATIVO E APOSTO

CONTEÚDO PARA UNIFICADAS
VESPERTINO
9º ANO

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
LINGUAGEM DENOTATIVA E CONOTATIVA
FIGURAS DE LINGUAGEM
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS


CONTEÚDO PARA UNIFICADAS
VESPERTINO
1º ANO D

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
NÍVEIS DA COMUNICAÇÃO
FONEMA E LETRA



CONTEÚDO PARA UNIFICADAS
VESPERTINO
2º ANO C

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
GÊNEROS TEXTUAIS
DISCURSO DIRETO E DISCURSO INDIRETO

FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO: SIMPLES E COMPOSTO

CONTEÚDO PARA UNIFICADAS
VESPERTINO
3º ANO C

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
SEMÂNTICA: SINONÍMIA, ANTONÍMIA,HIPERONÍMIA,HIPORONÍMIA
O USO DA CRASE


CONTEÚDO PARA UNIFICADAS
NOTURNO
2º ANO D/E

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
GÊNEROS TEXTUAIS
DISCURSO DIRETO E DISCURSO INDIRETO

FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO: SIMPLES E COMPOSTO

CONTEÚDO PARA UNIFICADAS
NOTURNO
3º ANO D/E

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
SEMÂNTICA: SINONÍMIA, ANTONÍMIA,HIPERONÍMIA,HIPORONÍMIA
O USO DA CRASE

LITERATURA

CONTEÚDO PARA UNIFICADAS
NOTURNO
1º ANO H

GÊNEROS TEXTUAIS
LINGUAGEM DENOTATIVA E CONOTATIVA
FIGURAS DE LINGUAGEM
VERSIFICAÇÃO

segunda-feira, 24 de março de 2014

ATIVIDADES PRODUÇÃO INTERATIVA DE COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL PARA 1ºG/ 2º C,E/ 3ºC,D,E

COESÃO TEXTUAL

I – CONCEITOS BÁSICOS

1. TEXTO
a) Em sentido lato – designa qualquer manifestação da capacidade textual do ser humano, quer se trate de um romance, música, pintura, filme ou escultura etc., isto é, de qualquer tipo de comunicação realizada através de um sistema de signos.

b) Em sentido restrito – texto consiste em qualquer seqüência falada ou escrita que constitua uma unidade global de significação, independentemente de sua extensão. Trata-se, dessa forma, de uma unidade semântico-pragmática, de um contínuo sociocomunicativo, que se caracteriza, entre outros fatores, pela coerência e pela coesão (elementos responsáveis pela tessitura do texto).


2. TEXTUALIDADE: conjunto de propriedades que uma seqüência de enunciados deve apresentar para constituir um texto.

2.1 – Coesão: uma propriedade textual responsável pelo encadeamento semântico entre frases ou parte delas, que se inter-relacionam para assegurar um dado desenvolvimento informacional.

2.2 – Coerência: uma propriedade textual que permite ao leitor alocutário descobrir alguma espécie de conexão conceptual entre os elementos de uma dada seqüência lingüística, havendo assim uma convergência entre a configuração de conceitos, as relações manifestas e o conhecimento prévio ativado pelo receptor.


II – MECANISMOS DE COESÃO TEXTUAL

1. Conceito: mecanismos de coesão são aqueles elementos lingüísticos responsáveis pela estruturação da seqüência superficial do texto.

2. Classificação

A) Coesão Referencial: manifesta-se geralmente através de itens lingüísticos que não podem ser interpretados semanticamente por si mesmos, como pronomes pessoais, demonstrativos e relativos.

a) Substituição: ocorre quando um dado elemento lingüístico é retomado ou precedido por um outro elemento. No caso da retomada, tem-se a anáfora. Ex.: “Carla tem um automóvel. Ele é verde”. No caso da antecipação, tem-se a catáfora. Ex.: “Quero dizer-te uma coisa: gosto de você”.

b) Reiteração: é a repetição de expressões que têm a mesma referência no texto.

Ø  Repetição do mesmo item lexical: ocorre quando a retomada da informação se dá pela repetição das mesmas expressões lexicais. Ex.: “O fogo destruiu tudo. O edifício desmoronou. Do edifício, sobrou absolutamente nada”.

Ø  Sinonímia: ocorre quando a repetição se dá pelo emprego de sinônimos. Ex.: “O barulho é um dos problemas mais graves que afligem nossa civilização nesse século. Os milhões de ruídos que rodeiam o homem diariamente, em quase todos os cantos, em sua maior parte, são produzidos por ele mesmo”.

Ø  Hiperonímia/hiponímia: quando o primeiro elemento de uma seqüência lingüística mantém com um segundo uma relação todo/parte, classe/elemento, tem-se um hiperônimo. Quando o primeiro elemento mantém com o segundo uma relação parte/todo, elemento/classe, tem-se o hipônimo. Ex.: Um porco morreu devido a uma overdose de haxixe depois de ter comido grande quantidade de droga que seu proprietário escondeu em uma fazenda em Vilagarciana de Carril, na Galícia, noroeste da Espanha”. (Folha de São Paulo, 12/02/91).

Ø  Expressões nominais definidas: ocorrem quando há retomadas de um mesmo referente por meio de expressões de natureza diversa, relacionadas com o nosso conhecimento de mundo. Ex.: “Comemora-se o sesquicentenário de Machado de Assis. As comemorações devem ser discretas para que sejam dignas de nosso maior escritor. Seria ofensa à memória do Mestre qualquer comemoração que destoasse da sobriedade e do recato que ele imprimiu a sua vida, já que o bruxo do Cosme Velho continua vivo entre nós.

Ø  Nomes genéricos: ocorrem quando há reintegração do item lexical pela utilização de nomes genéricos, como: pessoa, coisa, fato, gente, negócio, lugar, idéia, funcionando como itens de referência anafórica. Ex.: “Até que o mar, quebrando o mundo, anunciou de longe que trazia nas suas ondas coisa nova, desconhecida, forma disforme que flutuava, e todos vieram à praia, na espera... E ali ficaram, até que o mar, sem se apressar, trouxe a coisa, certa, e depositou na areia surpresa triste, um homem morto...”

B) Coesão Recorrencial: ocorre quando as retomadas de estruturas lingüísticas visam à progressão do discurso. Constitui um meio de articular a informação nova àquela já conhecida no contexto.

         a) Retomada de termos: ocorre quando a repetição de um mesmo termo exerce uma função determinada, de ênfase, intensificação etc. Ex.: “Pedro, pedreiro, pedreiro esperando o trem que já vem, que já vem, que já vem, que já vem...”

         b) Paralelismo: ocorre quando os elementos lingüísticos são reutilizados em enunciados com sentidos diferentes. Ex.:
         “Irene preta
         Irene boa
         Irene sempre de bom humor”


C) Coesão Seqüencial: tem a mesma função da coesão recorrencial: fazer progredir o texto, impulsionando o fluxo informacional. Difere da recorrencial por não apresentar retomadas de itens, sentenças ou estruturas. Alguns exemplos:

a)     Correlação de tempos verbais: todo enunciado deve satisfazer as condições conceptuais sobre localização temporal e ordenação relativa que são características da referência da realidade. Ex: “Ordenei que deixassem a casa em ordem”.  /  “Ordeno que deixem a casa em ordem”.

b)     Conexão das orações (alguns exemplos):

Condição: estabelece uma relação de dependência entre proposições. Ex.: “Se chover, não iremos à festa”.

Causa: ocorre quando há entre duas proposições uma relação de causa- conseqüência. Ex.: “Saiu-se bem no exame porque estudou muito”.

Finalidade: conexão entre as duas orações estabelece uma relação meio-fim. Ex.: “Estuda muito a fim de passar no exame”.

Conformidade: conexão das duas orações mostra a conformidade de conteúdo de uma oração em relação à outra. Ex.: “O réu agiu conforme o advogado lhe havia determinado”.

Explicação: a conexão das duas orações mostra que a segunda explica a primeira. Ex.: “Deve ter faltado energia por muito tempo, pois a geladeira está totalmente descongelada”.

Adição: em que a conexão das duas orações mostra um conjunto de idéias entre as proposições. Ex.: “Chegou cedo e recebeu os convidados”.

Adversão: a conexão entre orações mostra a oposição de idéias entre elas. Ex.: “Chegou cedo, mas nada fez”.

c)     Conexão de enunciados em textos: por meio de encadeamentos sucessivos e diferentes entre dois ou mais períodos e entre parágrafos de um texto. Os elementos formais responsáveis por esse tipo de conexão são chamados operadores argumentativos. Ex.:

“João é, sem dúvida, o melhor candidato. Tem boa formação e apresenta um consistente programa administrativo. Além disso, revela pleno conhecimentos dos problemas da população. Ressalte-se, ainda, que não faz promessas demagógica.”

São operadores argumentativos: estão com o propósito de, com a intenção de, pelo contrário, em vez disso, em contrapartida, em suma, em síntese, em conclusão, para resumir, para concluir etc.

BIBLIOGRAFIA

FÁVERO, Leonor Lopes (1991) Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática.
KOCH, Ingedore G. Villaça (1993) A coesão textual. São Paulo: Ática.


EXERCÍCIOS SOBRE COESÃO TEXTUAL


01.  Abaixo, apresentamos alguns segmentos de discurso separados por ponto final. Retire o ponto final e estabeleça entre eles o tipo de relação que lhe parecer compatível, usando para isso os elementos de coesão adequados.

a)    O solo do nordeste é muito seco e aparentemente árido. Quando caem as chuvas, imediatamente brota a vegetação.
b)    Uma seca desoladora assolou a região sul, principal celeiro do país. Vai faltar alimento e os preços vão disparar.
c)    O trânsito em São Paulo ficou completamente paralisado dia 15, das 14 às 18 horas. Fortíssimas chuvas inundaram a cidade.


02.  Reúna os segmentos de cada item, subordinando a segunda sentença à expressão sublinhada na primeira, através de pronomes relativos.

a)    O circo é uma tenda mágica. Acontecem miragens e milagres no circo.
b)    As crianças vão ao circo. Somos responsáveis pelas crianças.
c)    O palhaço chama-se Pipoquinha. O filho do palhaço é o trapezista do circo.
d)    A vida circense é fabulosa. Todos estão acostumados à vida circense.

03.  No texto a seguir há um trecho que, se tomado literalmente (ao pé da letra), leva uma interpretação absurda.

"A oncocercose é uma doença típica de comunidades primitivas. Não foi desenvolvida ainda nenhum medicamento ou tratamento que possibilite o restabelecimento da visão. Após ser picado pelo mosquito, o parasita (agente da doença) cai na circulação sangüínea e passa a provocar irritações oculares até a perda total da visão."
Folha de S. Paulo, 2 nov. 1990.

a)    Identifique o trecho problemático.
b)    Diga qual a interpretação absurda que se pode extrair desse trecho.
c)    Qual a interpretação pretendida pelo autor?
d)    Reescreva o trecho de forma que deixe explícita tal interpretação.


04.  Estabeleça a coesão do texto abaixo, valendo-se de expressões que substituam o excesso do emprego da palavra "golfinho". Utilize expressões que, mesmo não-oficiais, possam servir como substitutas.

"O golfinho nada velozmente e sai da água em grandes saltos fazendo acrobacias. É mamífero e, como todos os mamíferos, só respira fora da água. O golfinho vive em grupos e comunica-se com outros golfinhos através de gritos estranhos que são ouvidos a quilômetros de distância. É assim que  golfinho pede ajuda quando está em perigo ou avisa os golfinhos onde há comida. O golfinho aprende facilmente os truques que o homem ensina e é por isso que muitos golfinhos são aprisionados, treinados e exibidos em espetáculos em todo o mundo."  Revista Ciência Hoje.


05. Leia o texto abaixo e responda às questões A e B.

Em Salvador, as gangues dos meninos de ruaque roubam e auxiliam traficantes para andar com roupa e tênis da moda – sabem que esse guarda-roupa não combina com a imundície dos locais onde dormem, chamados mocós em quase todo o país.
Contornam a dificuldade de banho nos chafarizes das praças ou se valem da boa vontade de grupos religiosos e donos de lanchonetes que os deixam usar os chuveiros.
Limpos, fortes e bem vestidos, não passam, porém, por garotos de classe média, como pretendem. São traídos por visíveis erupções de pele no rosto e nos braços, provocadas por constantes intoxicações. É esse o resultado da inalação da cola de sapateiro, do consumo de drogas mais pesadas e da alimentação suspeita que obtêm nas ruas.

Jornal O Estado de São Paulo. Mar 1992. In: FARACO & MOURA. Linguagem nova. São Paulo: Ática. V. 8, p. 53.

A)   Indique as expressões do texto a que se referem os seguintes mecanismos de coesão:
a)            que (linha 01)
b)            esse guarda-roupa (linha 02)
c)            onde (linha 02)
d)            os (os deixam/ linha 05)
e)             
B)   Explicite o tipo de relação sintático-semântica que se estabelece no texto pelos seguintes itens lingüísticos:

a)            para (linha 01)                  b)porém (linha 06)

06. Leia o texto abaixo:
O QUE É SER GENTE DIREITA?

         Dificilmente alguém será aclamado direito por todos os seres humanos, pois cada um pensa de uma maneira e tem uma concepção formada do que é certo ou errado.
         A pessoa ser considerada direita pelos outros é muito relativo; por exemplo: se você roubasse algum bem de valor e desse a seu pai, você poderia ser considerado um bom filho; todavia, perante a sociedade, essa pessoa seria um ladrão.
         Gente direita é alguém que diante do seu modo de pensar, da sua maneira de agir, de sua criação, do lugar em que habita, tem na sua consciência que aquilo que está fazendo é certo.

(Texto da aluna Ana Raquel Sá da Nóbrega, matrícula 94110750, turma 2560)
         Destaque do texto uma passagem em que a conjunção indique as relações lógico-semânticas de:

a) causa:        b) condição:           c) adição:           d) oposição:
07. Leia o texto antes de resolver as questões propostas.

PODERÍAMOS VIVER SEM CHUVA
         À primeira vista, parece que a chuva devia cair sempre à noite, porque é precisamente quando mais benefícios traz e menos prejudica nossos afazeres e divertimentos; mas quer ela cais em dias de festa ou de noite, enquanto dormimos tranquilamente, a chuva é sempre necessária.
         Seus efeitos consistem em penetrar na terra e ser absorvida pelas raízes das plantas, que dela necessitam para viver. Se não houvesse chuva, a vida seria possível no mar. Nas regiões onde nãochuva, nãotambém vida, e noutras onde a chuva escasseia ou cai certas estações do ano, as populações esperam-na e desejam-na, e atécostume de elevar preces ao céu para que a envie em tempo próprio.
         Devemos ver na chuva, por conseqüência, um agente que limpa e purifica o ar, alimenta a vida vegetal, da qual depende a nossa e nos fornece a água de que necessitamos durante todo o ano, nas regiões onde chove bastante.

A) Indique a expressão a que se referem os seguintes itens linguísticos:

a) seus (linha 04)        b) dela (linha 04)        c) onde (linha 05)       d) na (linha 07)
e) da qual (linha 10)

B) Identifique as relações sintático-semânticas que se estabelecem no texto através dos seguintes conectivos.

a) porque (linha 01)    b) enquanto (linha 03)   c) mas (linha 02)   d) para que (linha 07)
e) e (linha 10)

08. Reúna os segmentos de cada item, subordinando a segunda sentença à palavra sublinhada na primeira.

a) A chuva é necessária em todas as regiões do planeta, embora muitas pessoas não tenham consciência disso. A chuva é fonte de vida.
b) O lavrador reconhece o valor da chuva e do sol para a plantação. Seu ofício depende dos recursos naturais e requer paciência e habilidade.
c) A terra é rica, embora não reconheçamos seu valor. Extraímos nosso alimento da terra.
d) Na cidade, as pessoas esquecem que a harmonia do planeta depende do equilíbrio entre os dias de sol e os dias de chuva. não se tem noção da origem dos gêneros alimentícios.

09. No texto seguinte, há impropriedade quanto ao uso do pronome relativo. Reescreva-o com a correção que se faz necessária.

         A festa em homenagem ao centenário da cidade cuja eu nasci durou três dias. As atividades que abrilhantaram o evento realizaram-se na colina onde se originou a primeira vila em que deu início à cidade. O ponto alto das solenidades foi o momento onde as crianças encenaram, representando os fundadores da cidade.

10. Nas questões seguintes, apresentamos alguns segmentos de discurso separados por ponto final. Retire o ponto final e estabeleça entre eles o tipo de relação indicado entre parênteses, usando para isso os elementos de coesão adequados e fazendo as alterações necessárias.

a)    O homem alcançará a satisfação de suas necessidades. O homem viver em sociedade. (condição)
b)    Os seres humanos vivem em sociedade. Eles necessitam de apoio material, espiritual e psicológico. (causa)
c)    A sociedade deve ser organizada com justiça. Todas as pessoas possam satisfazer suas necessidades. (finalidade)

d)    Uma pessoa poderia ter condições materiais para viver isolada. Ela poderia sentir falta de companhia. (oposição)