ATENÇÃO ALUNOS!!!
IMPRIMIR A ATIVIDADE DA AULA PROGRAMADA, RESPONDER E COLAR NO CADERNO, POIS SERÁ CORRIGIDA NO DIA 24/04/2014.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO PARA 3ºC/D
Não despertemos os Leitores
Os leitores são, por natureza,
dorminhocos. Gostam de ler dormindo.
Autor que os queira conservar não deve ministrar-lhes o mínimo susto. Apenas as eternas frases feitas.
"A vida é um fardo" - isto, por exemplo, pode-se repetir sempre. E acrescentar impunemente: "disse Bias". Bias não faz mal a ninguém, como aliás os outros seis sábios da Grécia, pois todos os sete, como há vinte séculos já se queixava Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para ele, Plutarco. Mas, para o grego comum da época, deviam ser a delícia e a tábua de salvação das conversas.
Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem esforço? O lugar-comum é a base da sociedade, a sua política, a sua filosofia, a segurança das instituições. Ninguém é levado a sério com ideias originais.
Já não é a primeira vez, por exemplo, que um figurão qualquer declara em entrevista:
"O Brasil não fugirá ao seu destino histórico!"
O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe dá a imprensa, é sempre infalível, embora o leitor semidesperto possa desconfiar que isso não quer dizer coisa alguma, pois nada foge mesmo ao seu destino histórico, seja um Império que desaba ou uma barata esmagada.
Autor que os queira conservar não deve ministrar-lhes o mínimo susto. Apenas as eternas frases feitas.
"A vida é um fardo" - isto, por exemplo, pode-se repetir sempre. E acrescentar impunemente: "disse Bias". Bias não faz mal a ninguém, como aliás os outros seis sábios da Grécia, pois todos os sete, como há vinte séculos já se queixava Plutarco, eram uns verdadeiros chatos. Isto para ele, Plutarco. Mas, para o grego comum da época, deviam ser a delícia e a tábua de salvação das conversas.
Pois não é mesmo tão bom falar e pensar sem esforço? O lugar-comum é a base da sociedade, a sua política, a sua filosofia, a segurança das instituições. Ninguém é levado a sério com ideias originais.
Já não é a primeira vez, por exemplo, que um figurão qualquer declara em entrevista:
"O Brasil não fugirá ao seu destino histórico!"
O êxito da tirada, a julgar pelo destaque que lhe dá a imprensa, é sempre infalível, embora o leitor semidesperto possa desconfiar que isso não quer dizer coisa alguma, pois nada foge mesmo ao seu destino histórico, seja um Império que desaba ou uma barata esmagada.
(QUINTANA, Mário. Prosa &
Verso. 6. ed. São Paulo: Globo, 1989, p. 87)
1. Defina, com suas palavras, um leitor dorminhoco.
2. Como você se classificaria: um
leitor dorminhoco, um leitor semidesperto ou um leitor atento? Justifique.
3.
Plutarco poderia se considerar um grego comum? Por quê?
4. Por que os sete sábios da
Grécia deviam ser a tábua de salvação das conversas?
5. Uma das técnicas da
dissertação consiste na citação de um "argumento de autoridade", ou
seja, o testemunho ou a citação de uma pessoa de competência reconhecida sobre
determinado assunto. Como Mário Quintana ironiza essa técnica?
6. Caetano Veloso, na letra
Sampa, afirma o seguinte: "Á mente apavora o que ainda não é mesmo
velho". Que trecho do texto apresenta opinião semelhante?
7. Qual a diferença de postura
entre o leitor dorminhoco e o leitor atento em relação à frase: " O Brasil
não fugirá ao seu destino histórico"?
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